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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Pais e Escola: uma parceria necessária!




Pais e Escola: uma parceria necessária!

No último dia 11 de abril, houve uma reunião com os pais dos alunos de uma escola de nosso município. Compareceram em torno de 170 pais... Incrível! Acho que batemos um recorde de presença de pais em uma reunião...

Mas afinal a que se deve esta presença maciça? De uma hora para outra os pais conscientizaram-se sobre a importância da educação de seus filhos? E resolveram participar juntamente com a escola desta educação?

Infelizmente não! Foi preciso que uma sucessão de tragédias, no Brasil e em Arroio do Sal, acontecesse para que os pais acordassem e enxergassem a triste realidade que está se desenhando. Primeiro, a denúncia posteriormente comprovada de que um aluno havia levado uma arma para a escola em nossa cidade. Depois o episódio do Rio de Janeiro, que terminou com mais de uma dezena de mortes de estudantes. Para completar, uma professora é presa sob a acusação de tráfico de drogas. E então descobre-se que há uma gangue de alunos infiltrados em mais de uma escola que promove depredações, furtos, e festinhas regadas a sexo e bebidas alcoólicas em plena tarde...

Qual a distância entre um aluno levar uma arma à escola e o mesmo aluno fazer uso dela? Penso que seja muito pequena. E qual a distância entre o mundo das drogas e o mundo da criminalidade? Nenhuma! O uso de drogas já é um crime em si mesmo!

Não tenho por objetivo neste artigo procurar culpados para todos estes fatos, mas algumas reflexões precisam ser levantadas. Se os pais participassem mais da vida de seus filhos na escola e conhecessem melhor os amigos de seus filhos, muitas situações desagradáveis seriam evitadas. Muitos pais, não todos é claro, reagem com indignação quando convocados a comparecerem a escola. Afirmam ter compromissos, trabalhar e não dispor de tempo para isso. Alguns têm a petulância de perguntar: é alguma coisa importante? Aí digo que depende: se o filho é importante, então é algo muito importante. Mas se o filho não tem importância, reveja seus conceitos. Imagino a cena de um pai ser convocado à escola para ouvir elogios sobre seu filho... O que muitos diriam? Talvez: “me chamaram aqui só pra isso, não era nada de grave, acham que eu tenho todo o tempo do mundo”...

Talvez esqueçam estes pais que a segunda casa de seus filhos é a escola. Geralmente é o lugar depois da casa onde passam a maior parte de seu tempo e onde recebem a maior influência na formação de sua personalidade.

Alguns ainda talvez pensam que seus filhos não apresentam problema algum e por isso não devem ser incomodados com reuniões e encontros... Lembro que por melhor que seja seu filho, ele convive na escola e na rua com amigos e colegas que não têm a mesma educação que ele. E a preocupação com a educação de nossos jovens e adolescentes deve ser coletiva, visto que vivemos em uma coletividade e as ações que parecem individuais acabam afetando o todo da sociedade. Mesmo que seu filho não use drogas e você o tenha educado de forma firme em relação a elas, ele irá conviver com quem usa e receberá ofertas. Também poderá ser vítima da violência por parte de usuários ou mesmo não usuários que não tenham recebido a mesma educação que ele. Também mesmo não sendo seu filho um mau aluno, sua aprendizagem será prejudicada pelos “mal educados”... Sem falar da necessidade de conhecer os professores de seu filho e a escola onde ele estuda, dada a importância da mesma em suas vidas.

Sendo assim, não é necessário dizer que vocês pais devem preocupar-se não apenas com a educação dos próprios filhos, mas de todas as crianças, adolescentes e jovens de nosso município. Se fecharmos os olhos hoje aos pequenos crimes, amanhã seremos as vítimas dos grandes crimes.

Participe da vida de seu filho na escola, conheça os amigos de seu filho, saiba com quem ele anda e por onde ele anda, pergunte o que ele sabe sobre usuários de drogas em sua escola e denuncie mesmo que de forma anônima... Acima de tudo, converse com seu filho e, como diz uma campanha, abrace-o antes que um traficante o abrace!

André Rech

Professor de Filosofia, Sociologia, História e Ensino Religioso

Coordenador Pedagógico da SMEC – Arroio do Sal/RS