Blog do Sôr André

Blog do Sôr André

Pesquisar este blog

segunda-feira, 7 de junho de 2010


Músicas que marcam...
Creio que cada um de nós lembra com carinho de alguma música que marcou algum momento de nossa vida, e quando a ouvimos lembramos destes bons momentos. Duvido quem não se emocione ao ouvir alguma música que tenha feito sucesso durante sua infância... Particularmente, marcou-me muito a música “Quatro semanas de amor” de Luan e Vanessa. E também músicas da Xuxa, do Balão Mágico, músicas que aprendíamos na escola e na catequese.
A música acompanha o ser humano há milhares de anos. Talvez tenha surgido junto com o desenvolvimento da linguagem. Desempenha entre nós diversas funções. Pode ser uma declaração de amor, uma denúncia social, uma homenagem a alguém, um símbolo de um povo (hinos), uma oração. Aliás, diz um ditado que “quem canta reza duas vezes”.
Impossível dissociar as origens da música e a religião. As primeiras partituras, menos complexas que as atuais, foram criadas por um Papa chamado Gregório, e com elas foi desenvolvido o famoso canto gregoriano. Até a Idade Média, a música desempenhava quase que exclusivamente uma função litúrgica e sagrada. O canto era considerado a melhor forma de louvar a Deus. Os corais surgem com Lutero, a partir do século XV.
Após adquirir independência, a música alcança parcelas cada vez maiores da sociedade e populariza-se. Cantores populares surgem em todos os lugares, nenhuma cultura desenvolve-se sem a música como uma das suas principais características.
Sou da geração dos anos 80. Não havia CD, MP-3, MP-4... Apenas os discos de vinil e as fitas cassete. Nas rádios, faziam sucesso músicas dos Titãs, Raul Seixas, Engenheiros do Hawaii, Paralamas do Sucesso, Leandro e Leonardo, Xitãozinho e Xororó... Tenho vagas lembranças até de Amado Batista.
Músicas que tinham algum tipo de conteúdo, que mesmo não sendo infantis mexiam com o mundo da imaginação. Acho que a música mais maliciosa era a da galinha Marilu (Eu tinha uma galinha que se chamava Marilu, um dia fiquei com fome e papei a Marilu), da banda Ultraje a Rigor.
Já adolescente, acompanhei a fama dos Mamonas Assassinas, que mesmo com a malícia de suas músicas, ainda eram de uma pureza infantil.
Mas a música decaiu de vez com o funk... Certas letras chegam a ser difíceis de citar como exemplos, mas segue uma abaixo, pois geralmente crianças não lêem jornais:
“Abre as pernas, faz beicinho, vou morder o seu grelinho...
Vai Serginho, vai Serginho....
Abre as pernas, faz beicinho, vou morder o seu grelinho...
Vai Serginho, vai Serginho”
Bah, fala sério? Isso é música? Para quem? Será que estarei sendo preconceituoso se perguntar a que nível de pessoas essas músicas servem? Não tenho filhos, mas se tivesse não permitiria que este lixo chegasse aos seus ouvidos. E se tivesse o poder de fazer leis, proibiria que músicas como essas pudessem tocar nas rádios. Para alguns pode parecer conservadorismo. Para mim o nome é outro: educação! Ou valores.
Em menos de vinte anos, a decadência da música no Brasil foi impressionante. Tomara que possamos dizer “o pior já passou”. Duvido que possa piorar. Vemos claramente que o sucesso de uma música não está ligado necessariamente a sua qualidade, mas aos interesses das gravadoras.
E geralmente estes interesses são meramente financeiros e lucrativos. Mas aos pais que tenham como interesse os valores e a educação de seus filhos, peço que não permitam que a infância de seus filhos seja marcada por este tipo de música.

André Rech
Professor de Filosofia e Sociologia